Sustentabilidade e eficiência energética caminham juntas quando se pensa no futuro da mobilidade urbana. Neste contexto, um dos setores que tem passado por profunda remodelação é o automotivo. Os veículos elétricos ganham destaque no cenário atual por serem opções viáveis pelos custos acessíveis de eletricidade e por estarem alinhados a uma transição energética com menos impacto ao meio ambiente. Para atender à nova ordem mundial da indústria automobilística, a tecnologia torna-se forte aliada, contribuindo para o desenvolvimento e a expansão deste mercado.
Em sintonia com as diretrizes globais de mobilidade urbana mais sustentáveis, as fabricantes têm injetado investimentos em veículos elétricos (VEs) e, o consumidor, por sua vez, aderido a essa tendência de mercado. Um estudo da McKinsey & Company indica que o Brasil deverá ter 11 milhões de automóveis movidos à bateria elétrica em 2040. A estimativa é que esse total represente 55% das vendas de novos veículos, 20% de todo o parque instalado e uma receita anual de US$ 65 bilhões.
A evolução tecnológica e uso da IA no setor automotivo
Pesquisa e tecnologia têm sido essenciais para o avanço da indústria automobilística em um cenário em que os veículos elétricos ganham destaque em relação aos automóveis com motor a combustão. Tudo indica que o futuro da mobilidade veicular só começou. Este é um processo em evolução que já tem deixado diversas contribuições para o segmento.
Se a tendência é de popularização de transportes elétricos que deverão mudar a maneira como nos locomovemos, o caminho está aberto para investimentos voltados à criação de soluções tecnológicas eficientes. Não por acaso: a venda de carros elétricos no Brasil bateu recorde em 2023, chegando a quase 94 mil unidades, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O aumento foi de 91% em relação ao ano anterior, quando o número superou 49 mil exemplares.
A tecnologia está em toda a jornada de expansão do setor automotivo. A inteligência artificial está dando suporte para a fabricação de carros, com robôs autônomos. Eles são usados na montagem de peças e em atividades de manutenção, otimizando e tornando o processo de produção mais eficiente.
No caso dos carros autônomos, a tecnologia pode aumentar a segurança e reduzir o número de acidentes nas estradas. Além disso, as máquinas “inteligentes” também ajudam a diminuir o trânsito e a poluição, na medida em que dispõem de sistemas que se comunicam com semáforos e outras redes digitais de centros urbanos contribuindo de forma eficiente e sustentável em termos de mobilidade urbana.
A Internet das Coisas (IoT) também tem contribuído para essa evolução. Melhorias estão sendo implementadas para gerenciar o tráfego, encontrar locais para estacionar veículos e garantir um transporte público com mais qualidade na medida em que sensores inteligentes são instalados em prédios, ruas ou mesmo em veículos, coletando dados em tempo real.
É fato que vivemos uma grande revolução no setor automotivo. Já temos muitos exemplos do quanto avançamos em termos tecnológicos. Por outro lado, há muito a ser descoberto nesta curva de aprendizagem. Portanto, é fundamental se apropriar da ciência e da tecnologia para a construção deste novo mundo de mobilidade urbana.
Infraestrutura de recarga de carros elétricos
Já imaginou pegar a estrada, precisar abastecer seu veículo e ter dificuldade para encontrar um ponto de recarga? Talvez esses ainda sejam alguns questionamentos do consumidor para aderir à compra de um carro elétrico no Brasil. A tendência é de expansão da frota nos próximos anos, porém, para atender a demanda será fundamental uma infraestrutura compatível com tal crescimento.
Atualmente, existem cerca de 78 mil automóveis movidos a eletricidade no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Deste total, 40,6 mil são veículos elétricos ou carros de passeio. Para janeiro de 2025, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta que mais de 100 mil unidades dessa natureza passem a rodar pelas ruas do país.
Portanto, o desenvolvimento da infraestrutura de recarga de baterias é essencial para suportar o crescimento da frota de modelos elétricos. Segundo a Bright Consulting, estão disponíveis pouco mais de 4,2 mil carregadores públicos no Brasil. Destes, 26% estão concentrados no estado de São Paulo.
A instalação de eletropostos deve acompanhar as projeções de crescimento do mercado automotivo elétrico e contemplar todas as regiões do Brasil para que o consumidor de qualquer localidade se sinta atendido pela compra desse tipo de veículo.
O consumidor também precisa ficar atento a essa questão e buscar maneiras de recarregar seu veículo em casa e evitar, no dia a dia, a busca por carregadores públicos. Esta opção é aconselhável em rodovias e pontos onde há necessidade de rotatividade rápida de recarregamento dos carros.
Para ampliar efetivamente o uso dos veículos elétricos no Brasil é importante direcionar investimentos públicos e privados na infraestrutura nacional. Dessa forma, a expansão do segmento no país ocorrerá harmoniosamente, contribuindo para o processo de descarbonização global em linha com uma transição energética mais sustentável e eficiente.
Mobilidade elétrica e sustentabilidade
A eletrificação veicular está em sintonia com as diretrizes globais de transição energética de incentivo à redução de impactos ao meio ambiente. Existem diversos estudos científicos que abordam a questão. De acordo com uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os veículos elétricos emitem 30% menos carbono durante seu ciclo de vida em relação aos carros abastecidos por combustíveis fósseis, como a gasolina. Além disso, diminui a dependência de recursos finitos e riscos associados à exploração e transportes de tais combustíveis.
Por sua vez, estudos realizados pela Transport and Environment (T&E) apontaram que os carros elétricos fabricados na Europa foram responsáveis pela redução de quase três vezes menos de emissão de CO₂ em comparação com veículos semelhantes movidos a gasolina ou diesel.
Impactos positivos também são percebidos na saúde pública. Um levantamento liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford indicou que a substituição de carros a combustão por elétricos pode reduzir significativamente a poluição do ar, um dos principais causadores de problemas respiratórios nos centros urbanos. Além disso, a utilização deste tipo de veículo diminui da poluição sonora. A soma de tudo isso é a contribuição para uma vida mais saudável.
Embora, os veículos eletrificados tragam impactos ambientais positivos, vale atenção e cuidado quanto à manutenção da bateria e ao seu descarte adequado. São questões importantes a se levar em consideração no processo de sustentabilidade do planeta.
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